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8.7.03
Tá certo que eu não tava esperando ser atendida pela Débora Bloch, nem queria que me servissem cafezinho, essas coisas todas que só servem pra enganar os trouxas que assistem comerciais na televisão. Porque eu, enquanto não-cliente Unibanco (como eles fazem questão de frisar), saí do banco me sentido a própria hiena. Oh, vida, ó céus, e se um raio cair na minha cabeça? E se eu só tiver uma conta-salário?
Porque ter uma conta-salário no Unibanco é quase como pertencer à casta indiana mais baixa, o gerente disfarça mas você percebe que ele evita a proximidade, não pode tocar em pessoas impuras. Na hora que ele precisa pegar no seu cartão só falta colocar uma luva. Pobreza é contagioso, vocês sabem. Com toda simpatia que Deus lhe deu, ele me coloca no meu lugar: isso aqui não significa nada! Você não é cliente Unibanco. "Isso" é o meu cartão de pagamento eletrônico, quer dizer, pra mim significa muito. E eu não posso sacar meu salário, por causa de um problema que não fui eu que causei, mas ao que parece não foi o banco também, já que eles nem se mexem pra tentar resolvê-lo. O máximo que eu consegui descobri é que isso é "muito estranho". Estranho, só isso, ponto final, e agora dá licença que a gente tem que servir cafezinho pro filho do Piquet.
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