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   31.10.03  
Lembram da parte prateada da lâmpada que não desenrosca? Tá lá até hoje. De qualquer forma, muito obrigada a todos que deram dicas de como tirar. O único problema é que não tem alicate, alicatinho ou alicatão que tire aquela porcaria, porque o negócio está tão bem encaixado que eu não tenho onde segurar com o alicate!

Mas agora apareceu uma dica nova: " corta uma batata no meio ... finca na parte prateada e gira a batata." Isso é sério? Não acredito que era tão fácil assim! Ou estão me sacaneando e eu não percebi?
   


 
Respondi, com um pouco de atraso, é verdade, todos os comentários desde o dia 19. Quem comentou, faça o favor de ler.
   



   30.10.03  
Eu gosto de estudar, gosto de aprender, mas não gosto de ser testada. Odeio prova. Odeio, odeio, odeio. Fico nervosa, esqueço tudo e me sinto uma burra incompetente se tiro nota baixa (abaixo de nove é nota baixa). Mas desde que a professora de francês, que só me vê duas vezes por semana, disse que eu era "très anxieuse", percebi que eu não consigo mais nem disfarçar. A coisa fugiu ao meu controle, realmente. E não tem nada que me deixe mais ansiosa do que coisas que não estão sob o meu controle.

É, eu tenho prova hoje. Mas resolvi provar que não sou tão ansiosa assim, e me controlar. Após uma manhã em estado máximo de tensão - a todo momento lembrando de mais uma coisa que eu não sabia muito bem, "e se perguntarem isso, meu Deus? logo isso que eu não sei!", e vocês sabem que eles sempre perguntam logo o que eu não sei - desisti de tentar aprender tudo na última hora. E estou desde a hora do almoço repetindo "se eu não souber alguma coisa, não é o fim do mundo; se eu tirar nota baixa, ninguém vai morrer".

Mas meu cérebro só processa: "se eu não souber alguma coisa, vou ficar nervosa e esquecer o resto que eu sei; se eu não souber alguma coisa, vou começar a gritar e sair correndo da sala".

Preciso comer um chocolate.
   


 
Escova de dentes elétrica é o cúmulo da frescura e do sedentarismo. E agora eu tenho uma. Só que ninguém me avisou que ela fazia cosquinha.
   



   29.10.03  
Recebi a notícia (ainda não confirmada, até agora é só fofoca mesmo) de que um amigo de São Paulo vai casar em janeiro. Fiquei toda feliz, não só pelo casamento, mas principalmente porque isso significa uma viagem. Pra São Paulo. No calor de janeiro. Mas como eu acho que isso é o máximo que vou conseguir pelos próximos 30 verões, então espero que esse casório saia mesmo.
   


 
Eu não acredito que vocês ainda não conhecem o comercial do Super Timor !! Desde que vi lá na Flabb, não consigo tirar a musiquinha da cabeça. Outro dia eu sonhei com o comercial. Sonhei! Acho que é um sinal para eu me candidatar ao remake que ela quer fazer. Só falta decorar a letra, porque a coreografia eu já sei, embora não tenha ainda a malemolência e o suingue do original.
   



   28.10.03  
Descobri minha tchurma, e agora só vou à praia de manhã cedinho. Às oito e meia eu sou a mais magra, mais bronzeada e mais jovem do local. Praticamente a musa do verão.
   


 
Já falei que sou ímã de maluco? E ainda dizem que a culpa é minha porque eu dou papo. Confesso que às vezes dou mesmo, acho muito constrangedor quando alguém puxa assunto, mesmo que seja um estranho, e muitas vezes acabo sendo a única que não desvia o olhar. E cruzar o olhar é fatal: o chato identifica a vítima e não larga mais.

(mas eu sempre desvio o olhar quando é criança. Odeio quando alguém com criança de colo senta na minha frente no ônibus, e deixa a criança de virada pra mim, fazendo gracinhas. Você tem a obrigação de corresponder, e eu não consigo achar a menor graça em gracinha de criança. Finjo que não estou vendo, e o ônibus todo me olha de cara feia, como se fosse um crime ignorar uma criança chata. Mas não é sobre isso que estou falando agora, voltemos ao assunto)

Eu dizia que muitas vezes dou papo pra esses chatos que puxam assunto com estranhos na rua. Mas hoje eu saquei que o caso era sério, quando o homem sentou do meu lado no metrô, na estação Presidente Vargas, anunciando: "Presidente Vagas! Vagas! Presidente Vagas!". Como não tinha nada pra ler, fechei os olhos e fingi que estava dormindo. Tem que ser muito inconveniente pra puxar assunto com alguém que está dormindo. O homem começou a me chamar: "menina! ei menina!". O cara foi esperto, me chamou de menina, quase sucumbi à vaidade, mas resisti e continuei fingindo um sono profundo. Mas ele insistiu, e resolvi que se respondesse, ele pararia de gritar.

- Menina!
- Ahn?
- Já são dez horas no Ceará?

Juro. O cara me acordou pra isso. Quer dizer, não me acordou porque eu não estava dormindo, mas se estivesse, ele teria me acordado. Pra saber se já eram dez horas no Ceará.
   



   24.10.03  
Um jovem casal contrata uma empregada doméstica, a Joana, para trabalhar todos os dias. Ela lava, passa, arruma, cozinha. O jovem casal está muito feliz com a Joana, que é realmente ótima.

Meses depois, toca o telefone.
- Alô?
- Oi! Eu posso falar com a Maria?
- Não tem ninguém aqui com esse nome.
- Mas esse telefone não é tal-tal-tal?
- É sim. Mas você deve ter anotado errado, aqui não tem ninguém com esse nome.
- Mas eu tenho certeza! Está certo!
- Me desculpe.

A mulher fica com a história do telefonema na cabeça, e um dia resolve perguntar pra Joana:
- Joana, você conhece alguma Maria?
- Sim. Sou eu!
- Ué?!?! Seu nome é Maria Joana? Não sabia!
- Não! É só Maria. Não sei de onde a senhora tirou esse Joana.

Cada família tem o Manubílio que merece.
   


 
Esse negócio de feirinha de livros no caminho é um problema, porque praticamente me obriga a fazer uma coisa que eu não gosto: comprar livros que não posso ler assim que chegar em casa. Eles ficam ali, me olhando, tentando me convencer a ler só um pouquinho, só pra saber se valeu a pena, não vai demorar nada, nem vai atrapalhar seu tempo reservado para estudar. Olha só que menina metódica, com tempo reservado para estudar!

Mas a minha atração por uma boa pechincha é muito maior que a minha vontade de seguir meu cronograma de estudos (cronograma de estudos já é demais, né?). E eu não podia resistir à tentação de desembolsar apenas 15 reais em troca de exemplares novinhos de Adeus, Robinson e outras peças curtas e a biografia do Fernand Braudel (algum historiador lendo esse blog? hein? hein?).
   



   22.10.03  
Todo mundo que tem blog um dia fala isso, então eu vou gastar a minha vez logo: porque diabos eu só lembro do que quero escrever aqui quando deito pra dormir? Se pelo menos fosse no metrô, no trabalho, vendo novela, sei lá, em qualquer outro momento em que pudesse anotar num papelzinho... quem sabe um dia, muitos meses depois, eu não encontraria o papelzinho que certamente eu ia perder?

Já que não lembro de nada melhor, deixa eu contar que fiquei feliz porque comprei "Os diários de Virgínia Woolf", baratinho, ali na feirinha de livros do Largo do Machado. Por coincidência, ela acabou de me contar que a Beatriz Resende falou deles na sua palestra na Primavera dos Livros, disse que a Virginia Woolf dizia que reler os diários uns anos depois fazia ela encontrar uns diamantes perdidos. Pois eu já encontrei vários diamantes, e olha que li pouco. Mas confesso que trechos mais interessantes até agora foram aqueles em que ela fala mal de todo mundo.

Só pra completar a listinha, comprei também um livro com a cobertura da Copa de 62 pelo Stanislaw Ponte Preta e "Contos da Era do Jazz" (F. Scott Fitzgerald), que eu já tenho, e vai ficar como presente para o próximo que fizer aniversário. Ah! E comprei um "Ciranda de Pedra" (novo e barato), que eu já li mas não tinha. Por enquanto, é só.
   



   20.10.03  
Copy & Paste:
Top 5 horário de verão do Homem-Chavão:

1. Hoje é hoje ou hoje é amanhã?
2. P - Que horas são? R - No novo ou no velho?
3. São x horas no novo e x horas no velho
4. Mas é pra adiantar o relógio ou pra atrasar?
5. O horário de verão começou muito cedo este ano...
   


 

   



   19.10.03  
Acertem seus relógios. E aproveitem que eu estou bem-humorada e não vou reclamar do horário de verão.

Se bem que é bem mais fácil de suportar quando você não precisa mais fazer uma caminhada de 25 minutos com o sol fritando sua cabeça enquanto os jornais tentam te convencer que é uma maravilha poder aproveitar "mais tempo de sol na praia". Na praia. Aham, como se a população do Rio inteiro fosse personagem do Manoel Carlos, morasse à beira-mar e não precisasse trabalhar.

Hmmm, eu disse que estava de bom-humor, né? E estou mesmo. Mas mesmo assim eu tenho que resmungar um pouquinho, só pra ir treinando pra mais um verão sem ar-condicionado. Mal posso esperar.
   



   17.10.03  
Se eu não conhecesse essa menina ao vivo e a cores, e não soubesse que ela é capaz disso, nunca que eu iria acreditar nessa história "top secret". (não tem permalink, procurem o post com esse nome, em 16/10).
   


 
A Stella (a quem serei eternamente grata) me indicou um marceneiro bom, barato e cumpridor de prazos, coisa que eu não sabia que existia. O problema é que terei que enrolar a língua pra falar o final do nome dele. Porque ela me avisou: "não tenho certeza se o nome do marceneiro é Ivanir ou Ivaír, ele fala muito baixinho." Tenho também a opção de tirar a dúvida logo de cara, "desculpa, mas é ivanir ou ivaír?". Mas tenho que lembrar de perguntar logo na primeira conversa, porque senão, nunca mais. E ele corre o risco de virar um novo Manubílio.

Manubílio era o dono da quitanda que tinha perto lá de casa. Mas esse negócio de Manubílio só veio depois, porque o nome dele era Manuel mesmo. Então, praticamente todo dia, lá ia a gente pra quitanda do seu Manuel. "Seu Manuel, embrulha aí uma dúzia de ovos!", "me vê um quilo de batata, seu Manuel!", "tem alface, seu Manoel?". Meses e meses assim, Manuel pra lá, Manuel pra cá. Até que um dia, uma vizinha perguntou:

- Porque vocês chamam o seu Abílio de seu Manuel?
   



   15.10.03  
- Aquela atriz está nessa novela nova, já viu? Aquela! Que é casada com aquele cara que é um pão.

Ainda tem gente que chama homem bonito de "pão". E vocês achando estranho quando eu falo bocomoco!
   


 
Algum eletricista lê esse blog?

Alguém de bom senso, então?
Alguém que saiba como eu desatarracho aquela parte prateada da lâmpada (aquela em espiral) que, mesmo depois da lâmpada ter feito o favor de estourar, insiste em se manter firme no bocal, impedindo que outra lâmpada seja colocada?
   



   13.10.03  
Pena que já chegou segunda-feira e o cardápio super-light do almoço me trouxe de volta à realidade.
Logo hoje que eu queria tanto um bobó de camarão.
   


 
Minha dieta é ótima porque ela permite almoçar feijoada no sábado e pizza no domingo sem culpa. ;)
Além de passar uma tarde de chuva inteira provando chocolate enquanto preparava os bombons que minha mãe (minha única freguesa) encomendou. Chocolate ao leite com flocos de arroz e chocolate ao leite com avelãs. Aproveitei o embalo e fiz uns de chocolate meio-amargo com nutella, esses sem desculpa nenhuma, foram para consumo próprio mesmo.

Porque eu já disse isso uma vez: comer sem culpa não engorda.
E se engordar, não tô nem aí. Minhas calças estão largas mesmo, eu sou linda e maravilhosa e posso me entupir de nutella quando quiser. Reeducação alimentar é para os fracos.
   



   11.10.03  
Mas a festa de formatura inteira foi uma comédia. Sem-noção é pouco. Não vou nem comentar a cena de Romeu e Julieta que o filho do médico não podia fazer porque estava com a perna quebrada. Sendo que na cena Romeu estava morto e, é claro, só precisava ficar deitado e mudo. A perna quebrada, realmente, ia atrapalhar muito.

Internem o Manoel Carlos!!
   


 
Só na Escola Ribeiro Alves o aluno homenageado com medalha é o que "tirou uma das melhores notas". Como assim "uma das melhores notas"?? E quem tirou a melhor nota, não ganha nada? (claro que tudo era só uma deixa para, com a desculpa de que estavam elogiando o esforço da Paulinha, jogarem mais uma vez na cara da coitada que ela é pobre e não pagava a escola.)
   



   10.10.03  
Depois de tanta expectativa, achei Swimming Pool um filme legal e só. Mas é claro que vale muito a pena, por causa da Ludivine Sagnier. Se ela já conseguia ser aquilo tudo em "8 mulheres", de pijama, cabelo curtinho e cara de moleque, imagine desfilando de biquini e shortinho. E isso quando está vestindo alguma coisa.
   



   9.10.03  
É a última semana da novela e eu não vi nenhum capítulo! Há muito tempo parei de ver essa novela, que ficou chata demais. Chego em casa e nem lembro de ligar a televisão. E, quando ligo, vejo um bloco e canso, vou fazer outra coisa. Se não fosse pelo vídeo e DVD, a televisão seria o objeto mais inútil da casa. Ia ganhar até da panela de pressão, que não deveria ser inútil mas eu nunca usei porque morro de medo.

Mas última semana é última semana, né? Tentei ver um capítulo e desisti depois de mais um diálogo sem-noção do Manoel Carlos, que sempre me deixa na dúvida sobre quem vive numa dimensão paralela: eu ou os moradores do Leblon? Porque eu não consigo nem imaginar o seguinte diálogo acontecendo lá em casa, assim como uma conversa séria, sem ironias nem nada:

- Angélica, que marcas são essas no seu corpo?
- Ah, mãe. São marcas de tesão!!
   



   8.10.03  
Tem uma crônica do Veríssimo que fala de 3 coisas que a gente nunca deve fazer na vida. Duas eu esqueci. Mas lembro da terceira: "nunca se hospede numa pousada chamada Meu Cantinho". Por isso, assim que decidimos ficar na pousada Canto Nosso, em São Pedro da Serra, liguei correndo pra casa pra contar. A reação foi óbvia: "meu cantinho não!!!" "Mas é diferente... essa é "canto nosso" "Tecnicamente, é a mesma coisa". Já era tarde demais pra desistir e apelar pra barraca que levamos para o caso de não haver pousada no local compatível com nosso orçamento. Essa nem era tão compatível assim (é difícil acreditar que eu já fui mais pobre do que sou hoje, mas é verdade), e depois de deitar na cama e constatar que havia chuveiro com água quente e ainda cervejas no frigobar a um precinho camarada, nada ia me fazer abandonar o conforto no meio da noite pra montar uma barraca e deitar num saco de dormir. Nem a descoberta de que éramos as únicas hóspedes do local. Começamos a achar isso muito estranho, mas estava tarde, estávamos cansadas, a cama era confortável e o cobertor quentinho, no dia seguinte tínhamos muita caminhada pra fazer, então resolvemos ficar e tiramos o salame da mochila.

Calma aí que não é nada disso que vocês estão pensando. Há muitas coisas inocentes que três mulheres solteiras divindo o mesmo quarto podem fazer com um salame. Comê-lo, por exemplo. Esse do parágrafo anterior seria nosso jantar. Uma das minhas amigas, filha de italianos, era viciada em salame, aprendeu com a nona, dizia que na Itália que era bom porque lá ela fazia salame em casa, essas coisas. E achava que era a melhor comida pra carregar em viagem, de modo que nossa dieta era baseada em salame, polenguinho e bisnaguinha seven boys (não que eu esteja reclamando, era uma delícia).

Mas, voltando ao meu cantinho: como éramos as únicas hóspedes, a cozinheira vinha de manhã só pra fazer nosso café e assar o melhor pão de batata que já comi... gente, na época eu era jovem, pobre e perrengueira, essa pousada era uma excentricidade, os quarenta reais que gastei ali foram um rombo no meu orçamento, mas eu me sentia a rainha da cocada preta com essa mordomia de cozinheira particular.

Por que eu lembrei de tudo isso? Porque a Nanda descobriu o site da pousada. Já voltei à cidade depois disso, mas me hospedei em casa de amigos. Agora deu muita vontade de ir de novo. Apesar da foto do café da manhã não corresponder à minha nostalgia. Mas olhe bem para a cestinha de pão: os pães de batata estão lá, me esperando.
   



   6.10.03  
Não é possível que nenhuma, NENHUMA, planta sobreviva na minha casa. Acho que, por mais que eu deixe todas as janelas abertas, não tem claridade suficiente. Ganhei flores lindas ontem e estava toda feliz, achando que essas iam durar mais. Hoje de manhã, algumas pétalas já estavam murchas e outras, caindo.

Talvez não fosse assim tão preocupante se acontecesse só com as flores.
   


 
“Já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre, nunca o mesmo passo.
Morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso e clareia a alma.
Morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma.”


Paulo Leminski (descaradamente roubado da Fal)

Hoje de manhã estava pensando nessa poesia, pensando em como estou precisando novamente morrer um pouco. Depois, com os acontecimentos do dia, esse pensamento virou uma certeza. Preciso, mais uma vez e mais do que nunca, me matar um pouco. Só assim vou conseguir seguir adiante.
   



   4.10.03  
Que eu sou ansiosa e curiosa, não é novidade pra ninguém. Se alguém disser que tem uma surpresa pra mim, eu encho tanto o saco da pessoa que ela acaba contando o que é, acho que só para ver se eu paro de torrar a paciência. E tenho uma dificuldade enorme de fazer surpresas, simplesmente porque não aguento esperar, fico louca pra contar tudo, fico perguntando "você quer uma dica?", e se respondem não, eu fico pra morrer. Porque eu quero dar a dica, eu quero contar tudo logo! Esperar, pra mim, é uma tortura.

Mas o que é novidade é que a outra parte do casal está aprendendo comigo. Que bom! Por conta dessa impaciência, já posso aproveitar essa gracinha, que foi realmente uma surpresa, e eu só deveria ganhar amanhã, mas já está tocando aqui. Quem disse que ele conseguiu esperar?

Pra quem não sabe o porquê do presente: 2 anos, meus amigos. 2 anos de trapinhos juntos amanhã.
   


 
Eu tenho uma preguiça imensa de escrever sobre filmes. Nem falei de "A Captura dos Friedmans" (ótimo, mas nem tanto como estão falando por aí), "aos treze" (nada que uma boa porrada não resolvesse... mas é legalzinho, no final das contas) e "Dogma do Amor" (Joaquin Phoenix aparece em 90% das cenas, e isso basta). Pronto, agora já falei. O resto, quem sabe um dia...

Mas depois de tantos filmes, Elefante foi o primeiro que realmente valeu a pena. Muita gente odiou, pelo que pude perceber ouvindo os comentários na saída. E todos os comentários faziam comparações impertinentes com "Tiros em Columbine", que eu também adorei (mas é um filme com argumentação no mínimo confusa e duvidosa, que a maioria das pessoas engole sem pensar, até porque o ritmo histérico do filme não dá muita margem pra isso). São filmes diferentes e, talvez, complementares. Por isso, quem vai ao cinema esperando explicações ou apenas uma representação das imagens que já viu em "Tiros em Columbine", realmente vai se decepcionar. E muito. Porque Elefante não tem nada disso. E, principalmente, não tem blablabla: é um filme frio e lento. E excelente.
   



   3.10.03  
Ia fazer um post sobre sapos engolidos, noites mal dormidas e angústia. Mas lembrei a tempo que hoje - enfim! - é sexta-feira e meu humor até melhorou. Bom dia!
   


 
Acabei de lembrar que o banheiro da casa de Petrópolis era todo rosa e preto. Falando assim, parece cafona, mas juro que não era. Ou vai ver que era mesmo, mas eu achava liiiiindo de morrer. Não sei pra que fui lembrar disso, fiquei morrendo de vontade de ter um banheiro rosa de novo! Sorte é que o banheiro aqui de casa é lindo também, cômodo mais bonito da casa, sem dúvida (e também o único em que não deixei que ninguém que não fosse morar aqui desse palpite).

Escrevi isso e fiquei pensando: era na nossa casa que o banheiro era rosa? Porque não confio na minha memória, não mesmo! Nanda, ajuda aí! Era lá em casa (digo, na casa da minha vó) ou na da nossa tia? Porque a família inteira tinha apartamento no mesmo prédio, tinha o dessa tia que foi o primeiro, depois minha vó passou a ter, aí a tia passou o dela pra filha e foi pra outro, aí outra prima também comprou um, e o outro filho daquela tia também, e por aí vai... sem falar nas obras, que mudavam tudo, de modo que não faço mais idéia de qual tinha o tal banheiro rosa. Mas que era o dessa tia (o primeirão) ou o da minha vó, isso era.

Ai, o apartamento de Petrópolis... já falei dele aqui, eu acho, um dia que tava falando do bendito boiler. O dia em que recebi a notícia de que meu avô tinha simplesmente vendido, que tristeza.
   



   2.10.03  
Saco cheio. Eu estou de saco cheio.
E triste. Muito. Sem ânimo.
Sem força pra enfrentar a rua e as pessoas. Sem força e sem coragem.
Com vontade de voltar pra cama agora e não sair mais.
Ou fazer puff! e sumir. Sumir.
Porque voltar pra cama não adianta. Fugir das pessoas não adianta.
Porque eu não posso fugir de mim.
   



   1.10.03  
Tente ver um filme com uma velhinha mal-humorada ao seu lado, resmungando o tempo todo "esse filme é horrível", "quanto idiotice!", "só tem besteira", "esse filme só tem chute" (não sei o que ela quis dizer com isso), "muito ruim, muito ruim". O tempo todo mesmo. E o pior é que eu estava adorando o filme - Nada Mais, muito bom - e nem podia concordar com ela, só tentar ignorar. Consegui até uma hora em que o cinema todo riu de uma cena, e ela deve ter se sentindo pessoalmente insultada, porque gritou: "não tem nada pra rir!!".
   


 
Adeus, Lênin é quase um "filme mensagem". Essa imagem eu uso desde que vi, em algum programa humorístico da TV, não lembro qual, um quadro onde quando os personagens falavam algo "importante", aparecia uma legenda piscando "MENSAGEM!". Se você assistir ao filme vai entender o que eu quero dizer. O "quase" é porque eu gostei do filme que, apesar de ser desnecessariamente longo e parecer acreditar que o público é idiota e só vai entender a história se tudo for bem óbvio e explícito, é bem divertido (principalmente as reconstituições dos telejornais, que são sensacionais!). Mas dá pena ver uma história com tanto potencial ser filmada de forma tão superficial, desperdiçando uma ótima oportunidade de fazer um grande filme.
   


 
Odeio gente que narra o filme. Odeio. Você conhece pessoas assim, que passam o filme inteiro fazendo comentários óbvios do tipo "ih! ela saiu de casa!", "ah lá, ela vai usar o vestido rosa!". Em voz alta, claro, como se o resto do cinema fosse cego ou não estivesse vendo o mesmo filme. Mas, às vezes, é divertido, como me contaram num email falando da sessão de "Em nome de Deus":

"Em uma cena em que uma das internas aparece chupando o pau do padre, o senhor atrás de mim explicou, em voz alta, pra senhora que devia ser sua mulher: "é sexo oral, é sexo oral." Ela não sabia do que se tratava? Ou nem se lembrava mais?"