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28.12.04
No final das contas, o Natal foi ótimo. Tão simples e ao mesmo tempo tão animado.
E meu pai finalmente achou a câmera, o projetor e os filmes super-8, há tempos desaparecidos. Talvez os mais novos nem saibam o que é um super-8, mas no meu tempo de criança era a última palavra em tecnologia. Talvez poucos entendam a emoção que foi descobrir que estes filmes, que eu já dava como perdidos, ainda existem e estavam ali, nas nossas mãos! Logicamente, ninguém sabia mais mexer no projetor (e eu também tinha esquecido como cada filme é pequeno) e levamos quase uma hora pra fazer o projetor funcionar para, no final das contas, assistir apenas uns 5 minutos de filme.
Dois clássicos. "Ana Botafogo", com a grande estrela Angélica, numa brilhante interpretação, como uma bailarina cuja carreira foi interrompida pela total falta de talento. E o outro-que-eu-esqueci-o-nome, uma grande obra existencialista, onde Fernanda representa maravilhosamente o mal-estar da civilização, com suas sutis expressões de tédio e mau-humor, evidenciando todo o ridículo da exagerada alegria de Angélica - com seus saltitos desmedidos e injustificados-, como se perguntasse "essa idiota está rindo de que?".
Infelizmente, quanto íamos assistir a obra-prima do meu pai, o filme em que é simulado o meu atropelamento por um ônibus (juro!! essa família definitivamente não é normal), quebrou alguma coisa dentro da máquina, um pedaço do filme queimou (em cena digna de Cinema Paradiso), e tivemos que interromper a projeção. Mas só até eu arrumar alguém que passe tudo pra vídeo ou dvd.
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