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1.10.05
Factotum. Se você gosta de Bukowski, provavelmente vai gostar muito. Se não gosta, eu já não sei. Mas eu não tô aqui pra dizer quem vai gostar ou não do filme. Só sei que eu gostei. É uma adaptação muito, muito, muito fiel de Bukowski. Excelente mesmo. A ambientação do filme, o clima, o ritmo, é tudo perfeito. O único problema é o Matt Dillon, que não está à vontade em nenhum momento. O tempo todo a gente percebe que ele está forçando a barra. Não é um problema pequeno se você pensar que ele é o protagonista. Em compensação, a Lili Taylor é tudo que a gente sempre imaginou que uma mulher do bukowski seria. E, a favor do Matt Dillon é preciso que se diga que ele está com a voz do Jim Morrison. Sério mesmo. Até assusta. (nem sei porque, mas eu nem tinha visto esse filme na programação. A Nanda que me alertou. Aí me empolguei tanto que até ficamos com medo dele ser a tradicional "furada do festival". Felizmente, não foi.)
Last days. Eu nem ia assistir porque era praticamente certo que seria lançado em circuito. Depois que assisti, tenho minhas dúvidas. Não que eu não tenha gostado. Pelo contrário. Mas é o seguinte: quem não gostou de Elefante, o filme anterior do Gus Van Sant, provavelmente não vai gostar desse. E estamos falando aí de 90% das pessoas, né? Pra ser otimista. O que é uma pena, porque eu adoro Elefante. E nem assim adorei Last Days. Adorei algumas cenas. Adorei muitas coisas do filme. Mas não sei se adorei o filme. Sinceramente, não tenho opinião ainda. Quero ver de novo. Eu não gosto do tal de Michael Pitt. Ele tem aquele biquinho que não dá pra levar a sério. Mas não é por isso minha dúvida quanto ao lançamento. Mas acho que vender o filme como estão fazendo, algo do tipo "inspirado nos últimos dias de kurt cobain" e tal, é um erro. Porque pelo comentários, percebi que as pessoas vão querendo assistir episódios da vida do kurt cobain. E aí encontram um filme sobre o nada. O nada mesmo. Sobre depressão. Não melancolia ou aquela tristezinha que a gente sente de vez em quando e chama de depressão. Mas depressão de verdade. E toda a sua impossibilidade de ação e comunicação. Então é o seguinte. Eu gostei. Mas não recomendo. Porque não quero ninguém me xingando depois.
Já que falei de Matt Dillon e Gus Van Sant no mesmo post, lembrei de uma coisa. Eles já fizeram um filme juntos. Dois, na verdade. Drugstore Cowboy e Um sonho sem limites. O segundo também era com a Nicole Kidman e o Joaquim Phoenix. Mas quando lançou, eu fui ver mesmo por causa do Matt Dillon. Ele já foi meu "ídolo". E Joaquin Phoenix na época era só "o irmão do River Phoenix". Pois é.
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