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   3.11.06  
Pelo direito de amamentar

Se tem uma coisa que me surpreende cada dia mais é a atitude das pessoas em relação à amamentação. Eu nunca sequer pensei em não amamentar, tanto que o enxoval da Joana nem tinha mamadeira (depois tivemos que comprar uma correndo... não sou uma xiita anti-mamadeira, mas não vejo razão para transformar a exceção em regra e comprar com antecedência, como se fosse fundamental, algo que talvez, só talvez, seja necessário). Para mim sempre foram óbvios os benefícios da amamentação e eu ainda fico chocada com mulheres que optam por não amamentar para "não cair o peito" e outras razões do mesmo quilate (obviamente não estão incluídas aqui as mulheres que realmente não podem ou não conseguem amamentar).

E eu realmente achava que esse era um direito já garantido às mulheres. Que não precisaria mais lutar por ele. Nunca estive tão enganada.

Hoje a Joana completa quatro meses de vida. E quatro meses mamando no peito. Como ela bem disse: "contra tudo e contra todos". Porque é exatamente assim que a gente se sente. Quer dizer, que eu me sinto. Sei que não falo - e nem quero - por todas as mulheres. Mas falo por mim. E por muitas que sei que sentem a mesma coisa. Porque a pressão social é uma coisa absurda e surpreendente. Eu juro que achava que todo mundo apoiava e defendia a amamentação. Oficialmente é assim, né? E é essa a impressão que a gente tem quando está de fora. Mas, nossa! É preciso estar atento e forte. O tempo todo mesmo. Para não cair nas armadilhas.

E não estou falando só da armadilha da falsa comodidade da mamadeira e das fórmulas infantis. Nem só das pessoas nitidamente ignorantes, que insistem com o papo do "leite fraco" (sim, tem gente que ainda acredita nisso), da "mamadeira engrossada" por bebê dormir melhor (pro bebê ou pra mãe?), da água de coco pro bebê "não sentir sede" (como se o leite materno não tivesse água suficiente), do mamãozinho pra ela "melhorar a prisão de ventre" (como se a evacuação irregular de bebês alimentados somente com leite materno fosse prisão de ventre, um problema a ser sanado).

Estou falando da contradição entre os benefícios do aleitamento exclusivo até os 6 meses e a licença-maternidade que só cobre 4 meses. Da falta de creches nas empresas (que são substituídas pelo ridículo "auxílio-creche"). Dos risíveis dois intervalos de meia hora para a mulher que trabalha amamentar (o que, teoricamente, deveria resolver a contradição acima, mas que na prática não funciona assim exatamente porque pouquíssimas empresas mantém creches para os filhos das empregadas).

E, principalmente, estou falando do absurdo despreparo dos profissionais que lidam diretamente com crianças e bebês. Das coisas que eu vi e ouvi visitando creches. Ninguém, em nenhuma creche, me perguntou se a Joana era amamentada exclusivamente e se eu pretendia continuar assim. Era sempre eu que tinha que puxar o assunto. Porque eles já vem falando das fórmulas que fornecem e das que a gente tem que levar de casa. Quando eu perguntava sobre a possibilidade de levar meu leite congelado e de ir na hora do almoço amamentar, todos diziam que lógico, era possível, não tinha problema. Um discurso que não me parece muito realista quando a gente vê que na maior parte das creches nem existe um local apropriado para amamentação. Em uma delas havia uma cadeira de balanço no meio do hall de entrada, que é utilizada como "porta mochila". Lógico que a cadeira pode ter perdido a função porque nenhuma mãe solicita o uso, já que todas as crianças tomam fórmula na mamadeira. Mas as mães também podem ter desistido de amamentar exatamente por essa falta de estímulo. O ovo ou a galinha? Em outra, nem cadeira, mesmo que fora de função, existia. A responsável disse que eu poderia amamentar na secretaria. Tem também a nutricionista que praticamente surtou quando soube que a Joana ainda não comia nada. E a pedagoga que me disse que a mamadeira era ótima porque supria a necessidade do bebê sugar, agora "que ela não ia mais ter peito".

Enfim. O assunto é longo, mas está tarde e não vou poder terminar o post como queria. Deixo o assunto em aberto para voltar mais tarde. Mas o mais importante acho que é isso mesmo. Amamentar é simplesmente maravilhoso. Todas as palavras do mundo são insuficientes pra explicar essa experiência.

Mas pode ser também uma luta. Porque, para muitas mulheres, amamentar pode até ser um desejo. Mas ainda não é um direito garantido.