![]() |
![]() |
|
30.6.03 Nunca soube como colocar isso no meu currículo, mas quando eu era estagiária uma das minhas atribuições era atender os telefonemas do noivo da chefe (consigo imaginar poucas coisas mais cafonas que ter um noivo) e enrolar o cara. A cada semana eu precisava inventar uma desculpa diferente para a ausência da noiva no horário do expediente. Enquanto isso, ela se divertia aproveitando o "almoço executivo" com o Jerry Adriani (taí, isso é bem mais cafona que ter um noivo). 29.6.03 O bolo de aipim ficou ótimo, o velox já tá funcionando e, sem querer, encontrei por 4 reais um livro de 37 reais que eu queria muito. Não é ótimo quando tudo dá certo? 28.6.03 Aprendi uma receita facílima de bolo de aipim com ela e queria testar amanhã. Quando estava listando o que precisava comprar, me dei conta de que, apesar de adorar aipim, nunca tinha comprado e não sabia como diferenciar um bom de um ruim. Apelei pra minha assessora para assuntos caseiros. 27.6.03 Piscina, cantina, vestiários, tudo de primeira qualidade. Mas a biblioteca do Colégio Ribeiro Alves é uma zona e, ao que parece, não tem nem bibliotecária. Muito bonito. Eu sou tão inocente que quando os caras da Telemar marcaram para vir hoje instalar o Velox, eu acreditei. Não só ninguém apareceu como, quando ligamos para reclamar, descobrimos que realmente a visita tinha sido marcada por eles (é mesmo? obrigada por me informar) mas simplesmente ninguém lembrou de agendar e designar um técnico para o serviço. Minha irmã, comentando o post abaixo, acabou adiantando o que eu ia dizer: "da união de nossas primas com seus respectivos bocomocos, nasciam crianças ranhetas". Era dessa forma delicada que minha vó chamava as crianças chatas e manhosas. E eu não sei se a lei é universal ou apenas da minha família, mas bocomocos têm uma incrível tendência para gerar filhos ranhetas. Só que o bocomoco-mor tinha duas filhas manhosas, que eram conhecidas como cocó e ranheta (era como uma dupla caipira, ninguém nunca se referia apenas à cocó ou à ranheta). O ranheta eu entendia. Mas, "cocó"? Continua sendo um mistério. 26.6.03 Se você tem menos de 25 anos, provavelmente nunca ouviu falar em bocomoco. A palavra era muito usada na década de 70 e provavelmente minha vó foi a única pessoa que continuou usando nos anos seguintes. Mesmo sendo criança, eu nunca precisei de muitas explicações para entender o seu significado. Bastava prestar atenção nas pessoas que ela chamava de bocomocos: os maridos das minhas primas. Curiosamente, todos eram de Niterói. Niterói, pra mim, sempre foi a terra do Mineirinho, das casas com quintal e dos bocomocos. 25.6.03 Para sonhar: Paris pelos olhos dela. 24.6.03 Como se não bastassem a sujeira e a bagunça tradicionais do local, o Largo do Machado agora está cheio de barraquinhas de uma suposta festa junina, que transformaram a praça num verdadeiro mafuá. Gostaria de saber se esse pessoal tem autorização para estar ali. E, se tem, com que justificativa. Porque essa desculpa de festa junina não cola, a não ser que festa junina agora seja meia-dúzia de bandeirinhas e cocadas. Porque, tirando isso, o que se vê é um grande amontoado de barracas, que atravancam a praça inteira e vendem de bijuterias a crepe no palito, hambúrguer e até frango empanado. 23.6.03 Tem horas em tudo funciona, as peças que por tanto tempo ficaram soltas se encaixam perfeitamente, e a vida simplemente flui. Muitas vezes a gente não percebe, e só se dá conta quando tudo se solta novamente. Mas algumas vezes a gente consegue sentir no exato momento em que acontece. Ser feliz e saber disso não é fácil, mas é a melhor coisa que pode acontecer na vida. E se ainda por cima você tiver consciência de que a felicidade é também resultado do seu esforço, como se fosse uma recompensa que a vida te dá, aí então, quem sabe, você pode sentir o que eu estou sentindo. Provas. E eu que pensei que estava livre delas para sempre. 21.6.03 20.6.03 Vocês lembram do meu vizinho? Aquele que é evangélico e tem uma banda? Eu esqueci de contar que ele começa a ensaiar à meia-noite. COMEÇA. Hoje ele atrasou e só começou agora (eu já estava preocupada). Não seria tão ruim se ele tocasse várias músicas em vez de repetir eternamente essa que tem um refrão muito legal, é assim, ó, todo mundo junto agora: te adorar, te adorar, te adorar! Pior é que, de tanto escutar, eu fico com essa droga de música na cabeça o dia todo. Quando percebo, estou cantarolando te adorar, te adorar. 19.6.03 Duas irmãs pegam uma caixa cheia de playmobil e começar a brincar no meio da sala. Montam um parquinho, com balanço, gangorra, muitas crianças, um bebê no carrinho com a babá, carrocinha e vendedor de sorvete, e até um policial pra garantir a segurança. Enquanto reclamam da gata, que se diverte derrubando o cenário e tentando pegar as peças de dentro da caixa, discutem como encaixar um playmobil-cineasta na história, e decidem que será Truffaut filmando Na idade da Inocência. O resto da família, assistindo à cena, não entende qual a graça (Gregory!). Porque os imbecis que só vão descer no último andar fazem questão de ficar bem na porta do elevador quase vazio, atravancando a passagem? Deve ser pela mesma razão que os idiotas que irão até o ponto final ficam em pé lá na frente do ônibus como se fossem descer a qualquer momento. Ainda existe a coleção Primeiro Passos? Eles precisam editar, urgentemente, "O que é paradigma" e "O que é logarítimo". Porque as pessoas, coitadas, precisam muito saber e aparentemente não há explicação em lugar nenhum, senão não seriam tantos esperançosos achando que vão encontrar a resposta nesse blog. Não sabia que era um assunto tão interessante assim. Infelizmente, com já disse, eu não sei o que é logarítimo, senão podia ganhar um bom dinheiro vendendo a informação. 18.6.03 menino, não venha me dizendo que você Acordei tão, mas tão bem-humorada hoje que passei o dia todo sem precisar gastar meu estoque de sorrisos amarelos. Fui simpática com todo mundo naturalmente, como se todas as pessoas tivessem, de repente, se tornado legais e agradáveis, até aquelas que normalmente me irritam (e quando eu digo me irritam eu quero dizer que realmente me irritam, tem gente que nasce com esse dom). 17.6.03 Não passa uma semana sem que eu receba um email ou telefonema de alguém contando que está grávida ou que os bebês acabaram de nascer. Sem falar nas fotos enviadas por mães e pais corujas, sempre com a mesma legenda "o bebê mais fofo do mundo", sendo que são vários bebês diferentes - diferentes é modo de dizer, porque são todos iguais, mas não são os mesmos, sao vários, e todos eles são considerados "O mais fofo do mundo". Mãe é mãe, né, a gente entende. Como eu não aguentava mais ter que improvisar com facas ou qualquer objeto semelhante quando precisava de uma chave de fenda, resolvi tomar vergonha na cara e comprar uma - coisa que, na verdade, eu já queria fazer há muito tempo. Me empolguei na compra e arrematei logo um estojinho completo, com várias chaves de fenda, alicates, pinça e outras coisitas que só poderei usar quando descobrir para que servem. Na empolgação, por pouco não comprei uma maletinha de ferro, daquelas que se usa pra carregar furadeira. Só não comprei porque, infelizmente, ainda não tenho furadeira. Mas comprei aquelas chaves de fenda pequenas e delicadas, que eu acho que só servem para apertar parafusinhos de óculos. E eu nem uso óculos. 16.6.03 Tudo o que eu queria era uma noite de sono tranqüila. 15.6.03 Eu poderia dar mil desculpas para tão poucos posts, e todas seriam verdadeiras: muito trabalho, um pouco de estudo (por isso que choveu ontem, não sabiam?), muitos livros novos e alguns filmes. Pra não falar nos processos da Inquisição que eu fico tentando decifrar (vocês sabiam que Antonio Gil mourisco forro morador de Lisboa foi acusado de heresia e apostasia no ano de 1543 do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e preso no cárcere do Santo Ofício e perguntando se era cristão em sua boca mas mouro em sua vontade e coração disse que sim? Assim mesmo, sem pontuação nenhuma por páginas e páginas, que essas coisas não existiam em 1543). 12.6.03 Duas coisas que todo mundo tem e eu não: calça jeans e amigos. Já estava indo dormir, quando ouvi que ia um médico no Jô falar sobre hepatite C. Resolvi assistir, mas como ele seria o último entrevistado, tirei o som da TV e liguei o computador pra passar o tempo. Quando lembrei da entrevista, o programa já tinha terminado. Distraída? Eu? E já que os comentários me desmentem: 10.6.03 Levei 29 anos pra descobrir que minhas orelhas são completamente diferentes uma da outra. Completamente. Que coisa. Semana passada eu estava me vangloriando de não aparentar a minha idade, "todo mundo acha que eu tenho menos", "se quiser, posso enganar que tenho dezoito, tá bom, vinte" essas coisas idiotas que me fazem feliz. 8.6.03
Vou ali comer bomba de creme e ouvir Ventura até cansar. 6.6.03 Semana passada foi meu primeiro teste no francês, e minha redação, além do tradicional trés bien, ganhou um chapeau!. Não entendi nada, ninguém sabia me explicar que tive que perguntar pra professora, que explicou que ela estava tão boa que estava chapeau!, ou em bom português, "de tirar o chapéu". Enquanto eu lia esse post da Rosana senti a perfeita sensação de que era eu que estava falando. 5.6.03 Cada vez que eu me dou conta que o que eu escrevo aqui é lido por muito mais gente do que eu imaginava quando comecei, mais difícil fica escrever. Qualquer dia só poderei postar receitas de bolo. 3.6.03 Não sei porque, durante o almoço, o assunto chegou aos logarítimos. Casa que tem engenheiro é assim, se você bobear, entre a entrada e o prato principal surge um logarítimo na mesa. Minha irmã dizendo que nunca entendeu direito, meu pai tentando explicar, Daniel ajudando... e eu confessei que nem sabia o que era logarítimo. Espanto geral, como se eu tivesse dito que não sabia o que era, digamos, uma cadeira. 2.6.03 Matrix Reloaded em uma palavra: tédio. 1.6.03
Eu matei o bocozices, me arrependi e voltei. Simples. |
||
![]() |
![]() |